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ReadyBoost.

3, março, 2010 Sem comentários

Tanto no caso dos HHDs (os HDs híbridos, que combinam o uso de discos magnéticos com um buffer de memória Flash) quanto no Turbo Memory (tecnologia Robson), é necessário que exista suporte por parte do sistema operacional. Toda a idéia de usar memória Flash para acelerar o acesso ao HD foi inicialmente proposta pela própria Microsoft, de forma que o Vista já vem com suporte de fábrica, através do ReadyDrive. No caso do Linux, é de se esperar que tenhamos um driver incorporado ao Kernel assim que os dispositivos começarem a se tornar populares. A maior dúvida recai sobre o XP e as versões anteriores do Windows.

Continuando, temos ainda o ReadyBoost, oferecido pelo Vista, onde um pendrive é usado para criar uma espécie de cache, acelerando o carregamento dos programas. O ReadyBoost é um recurso que parece simples, mas que se revela complexo e até contraditório depois de examinado um pouco mais minuciosamente.

Desde que você utilize um pendrive de fabricação recente, de 1 GB ou mais, ligado a uma porta USB 2.0, você realmente perceberá alguma diferença no tempo de carregamento dos programas. Muitos jogos e aplicativos maiores podem chegar a carregar em metade do tempo, além da performance geral melhorar um pouco (principalmente em micros com apenas 512 MB de RAM). Mas, se você medir as taxas de transferência do pendrive e do HD, vai perceber que, quase sempre, o HD é mais rápido. Como pode então o pendrive melhorar o desempenho?

A questão central é que o HD é rápido em leitura seqüencial, onde são lidos grandes blocos de dados, situados em setores adjacentes. Um HD moderno pode facilmente superar a marca de 60 MB/s, enquanto o pendrive fornecerá 15, 20, ou, quem sabe, 30 MB/s. Apesar disso, o HD possui um tempo de acesso muito alto e por isso pode oferecer taxas de transferências incrivelmente baixas (muitas vezes 2 MB/s ou menos) ao ler vários arquivos pequenos espalhados. Nesse quesito o pendrive leva uma grande vantagem. Para você ter uma idéia da diferença, um HD com tempo de acesso de 13 milissegundos seria capaz de realizar pouco mais de 60 leituras a setores aleatórios por segundo, enquanto mesmo um pendrive de velocidade modesta pode realizar facilmente mais de 4.000 leituras por segundo.

Outra questão é que o pendrive e o HD são dois dispositivos distintos, ligados a barramentos separados, de forma que o sistema pode ler dados nos dois simultaneamente. O sistema aproveita então para copiar os arquivos pequenos, ou que estão gravados em setores distantes entre si do HD para o pendrive, além de usá-lo para armazenar parte da memória swap (exemplo de aplicação onde a baixa latência do pendrive oferece vantagens), fazendo com que o HD possa se concentrar em ler os arquivos maiores, função na qual é mais rápido.

Como a memória Flash não é volátil, os dados continuam lá, prontos para serem usados nos boots subseqüentes, sem que precisem ser novamente transferidos a partir do HD. O principal problema com o ReadyBoost é que a memória Flash possui um limite de ciclos de leitura, de forma que o uso intenso pode fazer com que o pendrive apresente defeito depois de um ou dois anos de uso, sobretudo nos pendrives mais baratos, que utilizam chips de mais baixa qualidade.

O risco de defeito prematuro devido ao esgotamento dos ciclos de leitura da memória Flash também existe nos HHDs. Neles, entretanto, o risco acaba sendo menor, pois os fabricantes se vêem obrigados a usar chips de melhor qualidade e a implementarem sistemas de proteção adicionais, incluindo um sistema de wear levelling (que consiste em “rotacionar” os dados, evitando que grande parte das leituras sejam concentradas em alguns poucos setores) e um sistema de correção de erros e marcação dos setores defeituosos, algo similar à marcação de badblocks nos discos magnéticos do HD.

Com a popularização do Vista, os fabricantes de memória Flash passaram a lançar diversos tipos de pendrives otimizados para o ReadyBoost. Inicialmente eram modelos de alto desempenho, construídos usando chips e controladores capazes de sustentar taxas mais altas de transferência. Em seguida, passaram a ser lançados pendrives “dual-channel”, onde dois chips de memória Flash são acessados simultaneamente, dobrando a taxa de leitura e gravação, de forma muito similar ao que obtemos ao usar dois HDs em RAID 0.

Finalmente, surgiram pendrives de uso interno, novamente vendidos como modelos específicos para uso do ReadyBoost. Estes pendrives internos são instalados diretamente em um dos headers USB da placa-mãe, os mesmos conectores de 9 pinos onde você conecta as portas USB frontais do gabinete. A idéia é que eles fiquem instalados continuamente, mantendo o cache o ReadyBoost.

Cada header USB da placa-mãe oferece duas portas USB. Entretanto, as duas portas estão interligadas ao mesmo controlador, por isso compartilham os 480 megabits oferecidos por cada controlador USB 2.0. Fazendo com que o pendrive ocupe o espaço referentes às duas portas, o fabricante evita que a performance do pendrive seja subutilizada por qualquer gargalo causado pela conexão de outro dispositivo USB.

Com exceção da mudança no conector, eles são pendrives normais, que podem ser usados tanto para o ReadyBoost quanto para guardar arquivos e fazer backups (ou ter o espaço dividido entre as duas aplicações). Caso a placa-mãe suporte boot através da porta USB, você pode até mesmo usá-los para instalar o sistema operacional (substituindo o HD) e assim obter um PC sem partes móveis. Naturalmente, você não conseguiria instalar o Vista em um pendrive com 2 ou 4 GB, mas é possível instalar Linux, ou mesmo fazer uma instalação enxuta do Windows XP.

Fonte: Guia do Hardware.

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